sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Serie de Estudos - As Sete igrejas da Asia


                 CARTA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA
                                                     Ap. Cap. 2 - 3

 

INTRODUÇÃO

Antes de ver o Noivo em seu fulgor e majestade, João tem uma visão da beleza da noiva, a igreja. Ele a vê como a luz do mundo (1.12). Antes de ter a visão do Cristo exaltado, ele teve a visão da igreja.

O mundo vê a Cristo através da igreja e no meio da igreja. Isso significa que ninguém verá a Jesus em glória senão por meio da sua igreja aqui na terra. Você precisa da igreja. Precisamos se congregar. O que é igreja? Ela é a luz do mundo. Por isso, ela é comparada a candeeiro e estrela.

João vê a igreja em duas figuras: SETE ESTRELAS E SETE CANDEEIROS. Tanto a estrela como o candeeiro são luzeiros. Eles devem refletir luz. A igreja é a luz do mundo, ela resplandece no mundo. Se uma lâmpada deixasse de proporcionar luz ela era afastada (2.5). A luz da igreja é emprestada ou refletida, como a da lua. Se as estrelas têm de bilhar e as lâmpadas luzirem, elas devem permanecer na mão de Cristo e na presença de Cristo.

Antes de Jesus manifestar Seu juízo ao mundo, Ele o manifestou à Sua igreja (1º Pe. 4.17), antes de mostrá-lo ao mundo (4-22). Todas as cartas têm basicamente a mesma estrutura: APRESENTAÇÃO; APRECIAÇÃO; REPROVAÇÃO E PROMESSAS.

Estas são as Cartas às sete igrejas da Ásia Menor

1.      Carta à Igreja de Éfeso (Ap. 2.1-7)
2.      Carta à Igreja de Esmirna (Ap. 2.8-11)
3.      Carta à Igreja de Pérgamo (Ap. 2.12-17)
4.      Carta à Igreja de Tiatira (Ap. 2. 18-29)
5.      Carta à Igreja de Sardes (Ap. 3. 1-.6)
6.      Carta à Igreja de Filadélfia (Ap. 3. 7-13)
7.      Carta à Igreja de Laodicéia (Ap. 3.14-22)

Duas igrejas só receberam elogios: Esmirna e Filadélfia
Quatro igrejas receberam elogios e criticas: Éfeso, Pérgamo, Tiatira e Sardes.
Uma igreja só recebeu criticas: Laodicéia.
 

ESTAS IGREJAS NOS ENSINAM VARIAS LIÇÕES.


PRIMEIRO - Cristo é conhecido na igreja e através da igreja

            Antes de ver Cristo, João viu os sete candeeiros, a plenitude da igreja na terra, e só depois viu o Cristo glorificado na igreja (1.12-13). Jesus esta no meio da Sua igreja.
            Ninguém verá o Cristo da glória fora da igreja. A salvação é por meio de Jesus, mas esta salvação dever ser desenvolvida na participação efetiva da igreja, ninguém poderá ser salvo sem fazer parte da igreja que é a noiva do Cordeiro.
            Jesus valoriza tanto a Sua Igreja que Ele se dá a conhecer no MEIO dela e não à parte dele. Hoje muitas pessoas querem Cristo, mas não a Igreja. Isso é impossível. A atenção de Cristo está voltada para a Sua Noiva, ela ocupa o centro da Sua atenção.

SEGUNDO – Jesus está no meio da Sua igreja em AÇÃO e como remédio para os seus males.

            Jesus não está no meio da igreja (1:13), mas Ele está andando, em AÇÃO investigatória no meio de sua igreja (2:1). Ele sonda a sua igreja, pois Seus olhos são como chama de fogo. (2.18).
            Há muitos males que atacam a igreja:

·         Esfriamento,
·         Perseguição,
·         Heresias,
·         Imoralidade,
·         Presunção,
·         Apatia.

Mais Jesus Cristo se apresenta para cada igreja da Ásia como o remédio para o seu mal.

1.   PARA A IGREJA DE ÉFESO, que havia perdido o seu primeiro amor, Jesus se apresenta como aquele que anda no meio da igreja, segurando a liderança na mão, como o Seu pastor superior. Ele está dizendo: “EU VEJO TUDO E CONHEÇO TUDO”.

            2. PARA A IGREJA DE ESMIRNA, que esta passando pelo sofrimento, perseguição e morte, enfrentando o martírio, Jesus se apresenta como aquele que esteve morto e tornou a viver. O Jesus que venceu a morte é o remédio para alguém que está enfrentando a perseguição e a morte.

            3. PARA A IGREJA PÉRGAMO, que estava se misturando com o mundo e perdendo o senso da verdade, Jesus se apresenta como aquele que tem a espada afiada de dois gumes, que exerce juízo e separa a verdade do engano. Pérgamo esta em conflito entre a verdade e o engano (2.14).

            4. PARA A IGREJA DE TIATIRA, que esta tolerando a impureza e caindo em imoralidade, Jesus se apresenta como aquele que tem os olhos como chama de fogo que tudo sonda e conhece e os pés semelhantes ao bronze polido que é poderoso para julgar e vencer os inimigos.

            5. PARA A IGREJA DE SARDES, que tinha a fama de ser uma igreja viva, mas estava morta,  Jesus se revela como aquele que tem os sete espíritos de Deus, a plenitude do Espírito Santo, o único que pode dar vida a uma igreja morna. A igreja tinha fama, mas não realidade, tinha aparência de vida, mas estava morta.

            6.  PARA A IGREJA DE FILADÉLFIA, uma igreja que tinha pouca força, mas era fiel, Jesus vê muitas oportunidades à sua frente e diz a ela que Ele tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará e que fecha, e ninguém abrirá.

            7. PARA A IGREJA DE LAODICÉIA, uma igreja sem fervor espiritual, morna, rica financeiramente, mas pobre espiritualmente, Jesus se apresenta como aquele que é constante e fidedigno no meio de tantas mudanças.


PRIMEIRA CARTA: IGREJA DE ÉFESO.

            Éfeso era a maior, mais rica e mais importante cidade da Ásia Menor. Ela era chamada “a feira das vaidades” do mundo antigo. A cidade tinha uma população em mais de duzentas mil pessoas. Os efésios construíram um teatro que podia oferecer assenta para cerca de vinte e quatro mil pessoas. Em Éfeso ficava o mais importante porto da Ásia Menor, Éfeso era a entrada obrigatória.  Éfeso era conhecido como centro do culto a deusa Diana (At. 19.35), cujo templo era uma das sete maravilhas do mundo antigo.

            Nesse templo havia centenas de sacerdotisas que funcionavam como prostitutas sagradas. Tudo isso fazia de Éfeso uma cidade sobremodo imoral. Alguns historiadores cometam que a moral do templo era pior que a moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilavam uns ao outros. Era uma cidade mística, cheia de superstição e também um dos centros do culto ao imperador. Na cidade de Éfeso imperava o misticismo, a idolatria, a imoralidade e a perseguição. Naquela cidade, como hoje, o diabo usou duas táticas: PERSEGUIÇÃO E SEDUÇÃO;  OPOSIÇÃO E ECUMENISMO.

            Nesta cidade havia numerosa comunidade judaica, que Paulo conheceu em sua segunda viagem missionaria por volta do ano 52 d.C. (At. 18.19-21), também Apolo pregou lá (At 18.24-28). Mais tarde Paulo morou na cidade de Éfeso por três anos (At 20.31).

            Houve alguns sinais de avivamento na cidade de Éfeso:

a) As pessoas ao ouvirem o evangelho vinham denunciando publicamente as suas obras;
b) As pessoas que se convertiam rompiam totalmente com o ocultismo, queimando seus livros mágicos;
c) O evangelho espalhou-se dali por toda a Ásia Menor (At 19. 1-20).

            Mais tarde, o apostolo João pastoreou aquela igreja. Agora, depois de quarenta anos, Jesus envia uma carta à segunda geração de crentes, mostrando que a igreja permanecia fiel na doutrina, mas já havia se esfriado no amor.

            Foi durante o reinado de Domiciano, 81-96 d.C., que João foi desterrado a Patmos. Foi posto em liberdade e levado para Éfeso e ali morreu durante o reinado de Trajano. Segundo a tradição João sendo já muito idoso e demasiadamente fraco para caminhar, era levado à igreja de Éfeso, ele admoestava os membros, dizendo-lhes: “Filhinhos, amemo-nos uns aos outros”.

QUAL É A MENSAGEM DE JESUS, O NOIVO DA IGREJA, À SUA NOIVA?


A) O NOIVO APRESENTA-SE À SUA NOIVA PARA DAR-LHE SEGURANÇA (V.1) - Jesus apresenta-se como aquele que está presente e em ação no meio da Sua igreja. Ele não apenas está no meio dos candeeiros (1:13), mas também anda no meio dos candeeiros (2:1). A presença manifesta do Cristo vivo no meio da igreja é a sua maior necessidade. Em nossa teologia perdemos o impacto da presença real de Cristo entre nós.
            Temos a ideia de Cristo no céu, no trono, reinando à destra do Pai, mas não temos a visão clara de que ele está no meio da congregação. Perdemos o impacto da presença de Cristo em nosso louvor, em nossas reuniões e em nossos encontros. Cremos na Sua transcendência, mas não vivemos sua imanência. Perdemos o senso da gloria do Cristo presente entre nós.

 O Noivo está também sondando a Sua igreja. Ele nos conhece: Ele sonda os nossos corações, Ele anda no meio da igreja pra encorajá-la, repreendê-la e chama-la ao arrependimento.


B) O NOIVO ELOGIA A SUA NOIVA PELAS SUAS VIRTUDES - Jesus destaca três grandes virtudes da igreja de Éfeso, dignas de serem imitadas:

1º UMA IGREJA FIEL NA DOUTRINA (2.2-3,6)
2º UMA IGREJA ENVOLVIDA COM A OBRA DE DEUS (2.2)
3º UMA IGREJA PERSEVERANTE NAS TRIBULAÇÕES (2.2-3)

PRIMEIRO – UMA IGREJA FIEL NA DOUTRINA (2.2-3,6) – mesmo cercada por perseguição e mesmo atacada por constantes heresias, essa igreja permaneceu firme na Palavra, contra todas as ondas e novidades que surgiram.
            Jesus já alertara sobre o perigo dos lobos vestidos com peles de ovelhas (Mt. 7.15). Paulo já havia avisado os presbíteros dessa igreja sobre os lobos que penetrariam entre eles, falando coisas pervertidas para arrastar atrás deles os discípulos (At. 20:29-30). Agora os lobos haviam chegado.

            O apóstolo João fala da necessidade de provar os espíritos, porque há muitos falsos profetas (1º Jo 4.1). A igreja de Éfeso estava enfrentando os falsos apóstolos que ensinavam heresias perniciosas (2.2).

            A igreja de Éfeso tinha discernimento espiritual. Tornou-se intolerante com a heresia (2.2) e com o pecado moral (2.6). “A igreja separou-se das falsas doutrinas e das falsas obras”.

Os Nicolaítas pregavam uma nova versão do Cristianismo. “Nicolau” quer dizer “Vencedor do Povo”, e o termo “nicolaítas” que vem no superlativo tem quase o mesmo sentido e pode significar “Destruidores do Povo”: Nico é um termo grego que significa conquistar ou subjulgar.

 
A doutrina dos NICOLAÍTAS:

1 Eles pregavam um evangelho liberal, sem exigências e sem proibições.
2 Eles queriam gozar o melhor da igreja e o melhor do mundo.
3 Eles incentivavam os crentes a comer comidas sacrificadas aos ídolos.
4 Eles ensinavam que o sexo antes e fora do casamento não era pecado. Eles acabavam estimulando a imoralidade. Mas a igreja de Éfeso não tolerou a heresia e odiou as obras dos Nicolaítas.

            A igreja evangélica brasileira precisa aprender nesse particular com a igreja de Éfeso. As pessoas hoje buscam a experiencia e não a verdade.

Elas não querem pensar, querem sentir.
Elas não querem doutrina, querem as novidades, as revelações, os sonhos e as visões.
Elas não querem estudar a Palavra, querem escutar testemunhos eletrizantes.
Elas não querem o evangelho da cruz, buscam o evangelho dos milagres.
Elas não querem Deus, querem as bênçãos de Deus.

            Estamos vivendo a época da paganização da igreja. A igreja está perdendo o compromisso com a verdade. As pessoas hoje parecem ter aversão ao ensino puro e genuino da Palavra de Deus, elas buscam a conviniência.
            O que detgermina o ruma das igrejas não é mais a Palavra de Deus, mas o gosto dos consumidores. A igreja prega não a Palavra, mas o que dá ibope. A igreja oferece o que o povo quer ouvir. A igreja está pregando outro evangelho:

            O evangelho do descarrego,
            O evangelho do sal grosso,
            O evangelho da quebra de maldições,
            O evangelho da properidade material e não da santificação,
            O evangelho da libertação e não do arrependimento.

            A igreja esta perdendo a capacidade de reflitir. Os crentes atuais não são como os crentes bereanos (At 17. 10-11), e nem como os crentes de Éfeso, fiéis à doutrina. Estamos vendo uma geração de crentes analfabetos da Bíblia, crentes ingênuos espiritualmente. Há uma preguiça mental doentia medrando o nosso meio. Os crentes engolem tudo aquilo que lhes é oferecido em nome de deus, porque não estudam a Palavra de Deus. Crentes que já deveriam ser mestres, ainda estão como criaças agitadas de um lado para outro, ao sabor dos ventos de doutrina. Correm atrás da última novidade. São àvidos pelas coisa sobrenaturais, mas deixam de lado a Palavra do Deus Vivo.


 Continua.......

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