segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

MINISTÉRIO: ABUSO SEXUAL



O abuso sexual cometido por líderes religiosos não se limita aos casos que envolve a Igreja Católica. As igrejas evangélicas enfrentam o mesmo problema. 

No livro "Ética Ministerial", de Carter e Trull, publicado pela Vida Nova, o capítulo sete trata dessa questão.
Mesmo partindo da realidade americana, as questões abordadas se aplicam também para a igreja no Brasil. É bem provável que o leitor desse post conheça pelo menos um caso de abuso sexual cometido por algum líder/obreiro (diácono, presbítero, evangelista, pastor, etc.) na cidade onde mora.

Por muito tempo os ministros cristãos eram tidos como pessoas de integridade inquestionável, dignos de respeito e confiança, mas tal conceito tem sido comprometido com a continuação dos casos de abuso sexual.

O abuso de poder está diretamente relacionado com o abuso sexual. A maior parte das vítimas dos ministros são do sexo feminino (mulheres adultas), mas envolve também crianças, adolescentes e jovens, inclusive do mesmo sexo.

Em alguns casos a conduta sexual indevida do ministro com mulheres e jovens é consensual, inclusive partindo de comportamentos sedutores do sexo oposto, mas que não diminui a gravidade do problema. Os ministros cristãos não estão isentos de ser tentados, e para vencer as tentações é preciso ser prudente e vigilante. Quanto mais a tentação é alimentada, mas difícil se torna recuar.

Nas pesquisas citadas no livro, os números são alarmantes. Uma das pesquisas informa que a incidência de casos de abuso entre ministros cristãos e membros da igreja, supera a incidência de casos entre médicos e psicólogos e seus clientes.

Outra questão levantada é a postura dos líderes do ministério e denominações diante dos casos de abuso sexual. Enquanto alguns ministérios e denominações são bastante rigorosos, outros agem no sentido de encobrir os fatos e acobertar o infrator, inclusive permitindo que diante da impunidade o mesmo volte a cometer tal prática. Isso acontece geralmente quando um ministro que cometeu abuso sexual é simplesmente transferido de igreja ou campo, sem sofrer disciplina nem afastamento das suas funções. Nesse caso o responsável ou responsáveis pela transferência tornam-se coniventes com a prática do abuso sexual.

No estado do Colorado (EUA) uma igreja foi condenada a pagar uma indenização de 1,2 milhões de dólares a uma vítima de abuso sexual. Diante disso a igreja começou a investir em treinamento preventivo para minimizar os riscos de tal prática.

Os autores de "Ética Ministerial", Carter e Trull, apontam três tipos de ministros abusivos:

- O predador: É o indivíduo que busca de forma ativa e constante abusar sexualmente de membros da igreja.

- O eventual: Não comete abuso sexual de forma premeditada, e geralmente se envolve devido algumas vulnerabilidades.

- O amante: É o que se apaixona. Não é motivado pelas intenções do "predador", nem pelas condições do do "eventual".

Diante da realidade e gravidade dos fatos, busquemos pelos meios cabíveis formas de prevenir, inibir e corrigir tal prática, livrando assim a igreja, os ministros, as vítimas e as suas respectivas famílias de todas as consequências indesejáveis e devastadoras do abuso sexual.

Um comentário:

  1. perdão por me esquecer de informar que este artigo, foi do blog do Pr Altair Germano..

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